Caminhava descalça pela rua e cantava, cantava ao vento... cantava para mim, para ti, para todos. Com o meu vestido preto de cetim corri pelas ruas da cidade sentido o vento a leva-lo para trás a cada passo que dava, as duas sandálias num tom cinzento metalizado encontravam-se ambas seguras na minha não direita e tendiam a fazer barulho sempre que se tocavam face à velocidade a que ia. Cantei e dancei. Dancei sozinha e cantei para o vento... sem rumo, sem direcção. Simplesmente movida pela vontade de ser livre e mostrar ao mundo que o era, livre... Livre de problemas, de dores de cabeça, de desespero, de tristeza, de agonia. Livre. Hoje canto e sou feliz!
Cantei o mais alto que podia... as pessoas começavam a olhar-me e a formar um pequeno circulo à minha volta. O meu cabelo castanho encaracolado esvoaçava face à brisa leve de verão. Até que no meio de tantas pessoas, estavas lá tu. Surpreendentemente chegaste à frente e deste-me a tua mão para que dançássemos. Ao som da minha voz, voámos... para além da lua e de Marte... voámos pelo prazer de voar. Quando a dança acabou eu mantinha o meu sorriso rasgado e tu mantinhas os teus olhos colados nos meus. Num movimento lento os teus lábios foram aproximando-se dos meus, no entanto eu não queria tal coisa. Afastei-me, para tua surpresa, e voltei a correr e a cantar movida pela brisa de verão.
Hoje finalmente conseguiste prceber que eu sou uma mulher forte, independente e livre. Chegaste tarde de mais, mas sempre que quiseres dançar basta estenderes a mão.
Obrigada por me teres feito ganho o meu tempo, lamento ter-te feito perder o teu.
Beijos com amor,
De uma no meio de tantas outras.
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